Linhas de Pesquisa

Etnogeomorfologia, Etnogeografia & Etnoconservação

As etnociências configuram-se como uma ponte entre o saber científico e o saber popular (Leff, 1994). Embora seja consagrada nas ciências sociais e nas ciências biológicas, esta área do conhecimento somente ganhou atenção dos pesquisadores da geografia nas últimas duas décadas. Esta linha de pesquisa tem como objetivo debater as diferentes compreensões dos grupos sociais acerca dos agentes e processos atuantes na paisagem. 

Análises integradas de sistemas socioambientais

A compreensão das dinâmicas da paisagem vai além de sua interpretação fisiográfica. Levantar e analisar de forma integrada os agentes e fenômenos, sejam eles de ordem natural e/ou antrópica, que motivam tais mudanças, são os desafios da gestão ambiental no século XXI (Lave et al., 2014). Compreender os processos socioambientais e formular proposições são os objetivos desta linha de pesquisa.

Geografia e Turismo

O turismo é um fenômeno socioespacial que pode ser abordado sob diversas perspectivas: econômica, política, cultural, ambiental, etc (Beni, 2001). Nesta linha de pesquisa busca-se analisar este fenômeno sob a perspectiva geográfica, utilizando-se do seu arcabouço teórico-metodológico. Com ênfase nas atividades turísticas praticadas em unidades de conservação, esta linha de pesquisa tem como objetivo debater as estratégias de conservação da natureza associadas aos diferentes usos dos recursos naturais.

Projetos de Pesquisa

Observatório das Áreas de Proteção Ambiental do Estado do Rio de Janeiro

Edital: FAPERJ APQ1 - Auxílio Básico à Pesquisa

Resumo: As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) foram criadas em 1981 e tinham como inspiração o modelo conservacionista europeu, onde o fundamento era a salvaguarda das paisagens resultantes da relação sociedade-natureza, situação que, no caso brasileiro, representava um avanço ao paradigma preservacionista vigente. Atualmente, as APAs recobrem a maior extensão territorial dentre todas as categorias do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (MMA, 2023). Enquanto algumas nunca “saíram do papel”, em outras os conflitos representam o maior desafio para efetiva implementação, tendo em vista as garantias constitucionais da propriedade privada e do meio ambiente equilibrado. O impasse gira em torno dos múltiplos interesses pelos recursos naturais, das compreensões de uso racional e das diferentes estratégias de proteção da natureza (Villas Boas e Mattos, 2021). “Qual (ou quais) natureza as APAs estão protegendo?” é a questão central deste projeto. Embora prevista a participação social na implantação destas unidades de conservação (UCs), pouco se tem avançado na gestão participativa e inclusiva das APAs e em instrumentos e indicadores que avaliem sua contribuição para redução de injustiças ambientais. Pesquisar as APAs é refletir sobre modelos de planejamento regional da conservação ambiental e seus desdobramentos locais. Assim, entender o papel das APAs na proteção da natureza e sua inserção em um sistema de Áreas Protegidas são os desafios deste projeto. Neste sentido, o objetivo deste projeto é criar um Observatório das Áreas de Proteção Ambiental, em que se busca traçar um panorama destas unidades de conservação e debater critérios e metodologias para avaliação da efetividade da gestão. Selecionou-se o recorte estadual fluminense, em razão da sua representatividade, visto que as APAs compreendem 69% das áreas protegidas pelo SNUC no estado e, ao todo, são 93 UCs desta categoria, correspondendo cerca de 25% de todas as APAs do país (MMA, 2023).

Financiamento: Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ

Qual a natureza da APA Macaé de Cima/RJ?

Edital: Programa ALV'20 - Edital de Apoio a Docente Recém Doutor Antonio Luís Vianna

Resumo: Este projeto tem como objetivo levantar e analisar as diferentes formas de compreensão da natureza, e suas estratégias de conservação, dos principais grupos sociais presentes na APA Macaé de Cima com vistas a apontar os intervalos nos diálogos e subsidiar proposições que possam mitigar os conflitos na gestão do território.

Financiamento: UFRJ/ PR-2 - Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa